domingo, 15 de agosto de 2010

O Homem e a sua sexualidade a partir das Ciências Humanas - Parte I

por Tiago Eurico de Lacerda

Este é um pequeno artigo que escrevi relacionando a sexualidade humana com as ciências humanas. Esta é a Parte I, contém a introdução do trabalho. A segunda parte conceitua o homem a partir desta Ciência, a terceira pate compreende a sexualidade do homem na sociedade hodierna e a  última parte é uma conclusão.

1. Introdução

O homem tem sido pauta de discussões filosóficas ao longo dos anos, mas quanto mais se descobre sobre este ser mais se compreende que não sabemos nada sobre ele. Descobrimos com a tecnologia e a ciência, avanços incríveis como a primeira célula sintética com DNA montado totalmente a partir de informações vindas de computador, ela ganha vida e como se não bastasse passa a se multiplicar em laboratório.

A natureza biológica do homem passa a não ser mais um mistério, este se desvenda com a aurora de novas pesquisas; passa a deixar traços de segredos, que são, no entanto, não impossíveis, de se conhecer. Agora percebemos que o homem não está na natureza, está fora dela e assim ele pode conhecê-la e dominá-la. O homem é o sujeito conhecedor, mas a partir da revolução científica da idade clássica, este também vai poder se tornar objeto científico. E como mostra M. Foucault, “antes do fim do século XVIII o homem não existia”[1]. Ele introduz este pensamento para dizer que muito se dizia de ações humanas, mas agora é preciso redefini-lo de uma maneira diferente e o que muda com as ciências humanas é a imagem global do homem.

Com o presente trabalho apresentaremos homem diante de sua sexualidade, um problema que afetou toda a humanidade e até hoje assola o homem em sua vida. Sempre se falou sobre este tema, mas hoje urge uma nova linguagem para abordar tal questão com sua complexidade. Assim como discorremos sobre a criação do homem podemos dizê-la relacionada à sua sexualidade. O sexo é da natureza do homem, mas a sexualidade é o homem que cria. Seja a partir da cultura em que está inserido com seus mecanismos de repressão ou valores estipulados. Esta problemática se faz necessária ser abordada, pois quando o homem não é compreendido e por uma força maior reprime seus instintos e sexualidade, este deixa de ser ele mesmo para se tornar um produto social com os selos erotizados que a sociedade estabelece.

[1] NOVAES, Adauto. A condição humana. p.46

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